Startups e o futuro do crédito: o papel do Credit as a Service

Startups de todos os setores podem atuar na oferta de crédito, com a ajuda do CaaS – Credit as a Service. Conheça melhor esse conceito!

Ronaldo Oliveira

23/05/2022

imagem Startups e o futuro do crédito: o papel do Credit as a Service

O Brasil é um país de empreendedores. Segundo a Associação Brasileira de Startups, em 2019, chegamos a 12,7 mil startups. Apesar de sua disseminação, as possibilidades que elas oferecem ainda podem surpreender. Por exemplo, elas podem atuar na oferta de crédito. Assim, ampliam seu potencial de vendas e criam novas fontes de receita.

E tem mais! Ao contrário do que você pode imaginar, não são apenas as startups ligadas diretamente ao setor financeiro – as fintechs – que podem explorar essas oportunidades. Pelo contrário: há uma tendência para que startups de qualquer setor façam a oferta de crédito aos clientes.

Neste artigo, vamos apresentar a relação entre startups e o futuro do crédito. Vale a pena acompanhar, pois você pode descobrir novas oportunidades para o seu negócio. Além disso, vai entender qual é o papel que o CaaS – Credit as a Service desempenha nesse cenário.

O papel dos bancos na oferta de crédito

Antes de falar sobre o papel do Credit as a Service, vamos abordar outro player importante. Tradicionalmente, a oferta de crédito sempre foi uma atividade centrada nas mãos dos bancos. No entanto, esse não é o arranjo mais eficaz. 

Em muitos casos, os bancos não entendem os mercados e os participantes que eles atendem, no escopo dessa atividade. Por isso, suas decisões sobre quem receberá crédito ou quais serão as condições não são assertivas.

Imagine, por exemplo, que um banco controla a oferta de crédito para os clientes de uma startup que atua no setor de transporte urbano. No entanto, o banco não sabe nada sobre esse setor. Então, como ele poderá avaliar as necessidades de capital e o perfil de risco dos clientes?

Essa limitação dos bancos abriu margem para mudanças no cenário da oferta de crédito.

A transição com fintechs e neobanks

Um grande movimento de bancarização foi iniciado com fintechs e neobanks. Eles têm a infraestrutura de uma instituição financeira, mas não são bancos tradicionais, nem são regulados da mesma maneira. Isso permite que eles tenham vantagens que tornam suas atividades mais ágeis e eficientes.

Assim, fintechs e neobanks começaram a realizar a oferta de crédito. Elas trazem os mesmos produtos e serviços de crédito que os bancos tradicionais, mas com uma experiência melhor

Hoje, se uma pessoa quer um cartão de crédito para fazer suas compras, ela provavelmente opta pelo cartão emitido por uma fintech. Os motivos são primordialmente ligados à experiência. Atendimento online a qualquer hora e em qualquer lugar, acompanhamento dos gastos pelo aplicativo, recebimento de fatura digital, entre outros.

No entanto, a evolução dos produtos e serviços de crédito não acabou nesta etapa.

Startups e o futuro do crédito

Uma nova era se inicia. Agora, startups que não nasceram como fintech estão se tornando originadores de ofertas de crédito para seus clientes. Essa porta se abre com a ajuda do Credit as a Service, que vamos explicar nos próximos tópicos.

Essa é a concretização dos conceitos de Embedded Finance e, mais especificamente, Embedded Lending. O que isso significa? Em resumo, empresas que não pertencem ao mercado financeiro podem encontrar formas de oferecer produtos e serviços financeiros como parte da experiência do cliente.

Cada startup conhece muito bem o seu mercado e o seu cliente. Por isso, elas estão em posição privilegiada para determinar quem deve receber crédito e quais serão as condições.

Além disso, de maneira geral, as startups contam com um ecossistema que traz seguranças adicionais para o credor. Isso possibilita oferecer crédito de uma forma menos burocrática e com taxas mais atrativas para o cliente.

Casos de sucesso de startups ofertando crédito 

Startups que oferecem crédito aos clientes – essa é uma tendência recente. Então, como você pode ter certeza de que vale a pena seguir esse caminho? Para demonstrar seu verdadeiro potencial, vamos conferir alguns casos de grandes empresas que apostaram nessa estratégia e obtiveram excelentes resultados. 

Um dos casos mais conhecidos é o Mercado Livre. Sua atividade principal está vinculada ao e-commerce, oferecendo uma plataforma para compra e venda de produtos online. 

A empresa criou o Mercado Pago para financiar as operações no seu ecossistema. Assim, possibilitou o parcelamento de pagamentos pelos usuários, mesmo sem cartão de crédito. A ferramenta evoluiu tanto que, hoje, conta com uma operação completa de banco. 

Cases mais recentes que chamam a atenção são aqueles que envolvem startups ofertando crédito de forma eficiente em mercados nichados e mal atendidos.

A Noodle oferece crédito no setor de música. Ele possibilita que artistas tenham acesso a recursos para financiar sua carreira e seus projetos. Assim, elimina os obstáculos para uma categoria profissional que, via de regra, não consegue crédito tradicional junto aos bancos.

A Neopag oferece crédito para financiar o crediário (“buy now, pay later”) de pequenas e médias empresas de varejo. Dessa maneira, permite que essas PMEs tenham capital de giro suficiente para permitir que seus clientes paguem a prazo. Dessa forma, ampliam suas vendas e receita.

Esses são casos de Embedded Lending. Tanto a Noodle quanto a Neopag não são startups do mercado financeiro, isto é, fintechs. Assim, ocorre uma integração de produtos e serviços de crédito na experiência do cliente, em empresas que não pertencem ao mercado financeiro.

Por exemplo, a Neopag é fornecedora de software para análise de crédito e cobrança. Dentro de sua operação base, ela encontrou a oportunidade para oferecer crédito.

Esses exemplos mostram que, independentemente do setor de atuação da sua startup, provavelmente há demanda por crédito. E sua startup não precisa ser uma fintech para oferecê-lo. 

O que uma startup precisa para criar uma operação de crédito

Antes de criar sua operação de crédito, existem 5 medidas que toda startup precisa adotar. Esses são os passos fundamentais para o sucesso em longo prazo dessa empreitada.

O primeiro passo é identificar boas oportunidades de crédito em seu ecossistema. É preciso ter em mente que as startups possivelmente precisarão de aportes de capital externo para iniciar qualquer atividade de crédito.

Apesar disso, se possível, ela deve participar do fluxo do dinheiro. Dessa forma, ela mitiga o risco de crédito e viabiliza a negociação de melhores taxas ao tomador.

O segundo passo é desenvolver uma estratégia simples e customer-centric para incluir a oferta de crédito na experiência do cliente. 

Esse é um aspecto do conceito de Embedded Lending: a oferta de produtos e serviços de crédito deve ser realizada de forma não invasiva. Por isso, esses produtos e serviços são apresentados na forma e no momento em que o cliente de fato necessita.

O terceiro passo é selecionar um parceiro; mais especificamente, um bancarizador. Uma startup não é autorizada para desenvolver as atividades de crédito por conta própria. Por isso, ela precisa desenvolver uma infraestrutura de instituição financeira antes de iniciar essas atividades. 

Parte dessa infraestrutura consiste em uma Sociedade de Crédito Direto – SCD, responsável por realizar a oferta de crédito e por gerar os títulos de crédito correspondentes. 

No entanto, a startup não precisa abrir uma SCD. Em vez disso, ela pode contar com um bancarizador, como a Giro SCD. Ele vai oferecer essa infraestrutura para fazer a formalização do crédito.

O quarto passo é abrir um veículo de securitização. Esse veículo é a outra parte da infraestrutura de financiamentos, e atua em conjunto com a SCD. Existem dois tipos de veículos: CSC – Companhia Securitizadora de Crédito ou FIDC – Fundo de Investimento em Direitos Creditórios.

O veículo de securitização faz a compra dos títulos de crédito originados pela SCD. Então, ele transforma esses títulos em ativos negociáveis no mercado de capitais. Esse processo é chamado de securitização. Finalmente, ele vende os ativos para investidores.

A partir dessa venda, é possível captar novos recursos. Assim, a startup usa sua infraestrutura para financiar a operação de oferta de crédito.

Porém, ainda falta um último passo, que é justamente encontrar investidores interessados em comprar os ativos. Esses investidores tornam-se debenturistas da CSC ou cotistas do FIDC. 

Em muitos casos, esse é o novo papel dos bancos. Em vez de controlar a oferta de crédito, eles tornam-se investidores na operação das startups. Em outros casos, é possível usar o próprio capital da startup para fazer uma parte dos investimentos.

Credit as a Service como apoio para startups

Você já viu como as startups, independentemente do setor em que atuam, podem atuar na oferta de crédito. Agora, vamos esclarecer o papel do CaaS – Credit as a Service nesse cenário. 

O que é CaaS? São startups que oferecem soluções para empresas – inclusive outras startups – que buscam desenvolver atividades de crédito. Portanto, o CaaS pode apoiar a construção da infraestrutura de financiamento. 

A Giro.Tech oferece Credit as a Service – CaaS e ajuda sua empresa a desenvolver a infraestrutura necessária para conceder crédito aos seus clientes. Ela disponibiliza a SCD e auxilia na abertura e na gestão do veículo securitizador. 

Além disso, oferece soluções tecnológicas para otimizar a emissão de Cédula de Crédito Bancário – CCB. O CCB é a forma mais utilizada para os títulos gerados na oferta de crédito.

Conheça nossas soluções em emissão de CCB e descubra como você pode criar uma operação de financiamento sob medida para sua empresa!

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