Quebra em Séries na Securitização: Conceito e Estratégia

Como parte do processo de securitização, é preciso tomar diversas decisões estratégicas. Entre elas, está a quebra em séries dos títulos. 

Fabricio Martins

09/08/2023

imagem Quebra em Séries na Securitização: Conceito e Estratégia

A Securitização é uma estrutura financeira que tem ganhado cada vez mais relevância fora do círculo de instituições financeiras tradicionais. Ela possibilita que empresas de diversos setores otimizem suas operações de crédito, aumentando a liquidez e diversificando as fontes de recursos. 

Como parte do processo de securitização, é preciso tomar diversas decisões estratégicas. Entre elas, está a quebra em séries dos títulos emitidos para captação. 

Securitização: Uma visão geral

De maneira simples, a securitização é um processo em que dívidas são transformadas em títulos negociáveis no mercado de capitais.

💡 Uma definição mais completa pode ser encontrada neste artigo: Entenda o que é Securitização.

Esses títulos podem ser adquiridos por investidores, gerando recursos para a empresa que realizou a securitização. Desta maneira, a securitização pode ser uma importante estratégia para empresas que buscam financiar suas operações de crédito, aumentar a liquidez ou diversificar suas fontes de recursos.

Veículos de Securitização e a emissão de títulos financeiros

Os veículos de securitização são estruturas jurídicas que executam a prática de securitização. Eles possuem a infraestrutura necessária para transformar títulos de crédito em títulos financeiros negociáveis no mercado de capitais.

Existem diferentes tipos de veículos de securitização: Fundos de Investimento em Direitos Creditórios – FIDCs e Companhias Securitizadoras de Créditos – CSCs. Cada um tem suas particularidades, em termos de exigências regulatórias e custos. Ainda assim, os dois veículos podem realizar a quebra em séries.

A quebra em séries na securitização

A divisão dos títulos emitidos em séries é uma técnica de estruturação utilizada na securitização, que consiste em realizar a emissão de títulos com diferentes classes, cada uma com seus próprios níveis de retorno e de exposição ao risco.

Quando chega a hora de distribuir os recebimentos para os investidores que detêm títulos, essa divisão também tem um impacto. Para cada uma das classes, que são as referidas “séries”, é destinada uma parte dos recebimentos. A ordem de pagamento é estabelecida de acordo com sua posição na hierarquia estabelecida na estruturação da securitização. 

Em outras palavras, a quebra em séries determina o potencial de retorno, o nível de risco e a ordem de pagamentos entre as classes de títulos.

As séries na securitização: Subordinada, Mezanino e Sênior

A quebra em séries na securitização, em geral, divide títulos em três classes: Subordinada, Mezanino e Sênior. Cada uma dessas classes possui características específicas e atende a perfis de investidores diferentes.

Série Subordinada

A série subordinada é a classe com maior exposição ao risco em uma estrutura de securitização. Devido a esse maior risco, a série subordinada apresenta um potencial de retorno mais elevado. Ela só recebe seus pagamentos depois que todas as outras classes receberam integralmente os seus.

Série Mezanino

A série mezanino ocupa uma posição intermediária na hierarquia de pagamentos. Recebe pagamentos após a classe sênior, mas antes da subordinada. Essa série oferece um equilíbrio entre risco e retorno, apresentando um potencial de retorno maior do que a classe sênior, mas com um risco menor do que a classe subordinada.

Série Sênior

A série sênior é a classe mais segura em uma estrutura de securitização. Recebe os pagamentos antes de todas as outras classes. Essa série apresenta um menor risco de default, isto é, de inadimplência, mas também um potencial de retorno menor do que as outras classes.

A importância da quebra em séries na securitização

A quebra em séries é uma ferramenta crucial na estruturação de uma securitização. Ela permite que a empresa que realiza a securitização crie diferentes classes de títulos que atendam a diferentes perfis de investidores.

Investidores que buscam maior segurança podem optar por títulos da série sênior, enquanto aqueles que estão dispostos a assumir mais riscos podem escolher as séries subordinadas ou mezanino. Portanto, a quebra em séries aumenta a atratividade da securitização para um grupo mais amplo de investidores.

Além disso, a quebra em séries pode ser usada para atender a requisitos regulatórios específicos. 

Por exemplo, empresas que atuam em distribuição de valores mobiliários precisam fazer a Análise de Perfil de Investidor – API para indicar as opções mais adequadas para cada perfil de investidor. Opções de alto risco não devem ser indicadas para investidores moderados. Assim, apenas títulos das classes subordinada ou mezanino poderiam ser oferecidos para investidores com esse perfil.

Através da quebra em séries, empresas podem estruturar sua securitização de forma a respeitar regulações como essa, mantendo-se relevante para as distribuidoras e corretoras.

Como realizar a securitização com quebra em séries

Seja para financiar operações de crédito, aumentar a liquidez ou diversificar as fontes de recursos, a securitização é uma estratégia que pode trazer muitos benefícios para as empresas. No entanto, é importante que essa estratégia seja implementada de forma correta e com a devida consideração aos riscos envolvidos. 

A securitização é uma prática financeira complexa, que requer conhecimento técnico e experiência para ser realizada de maneira eficaz. Para garantir o sucesso da estratégia de securitização, incluindo a quebra em séries, é recomendável contar com a ajuda de especialistas na área. 

Ter um parceiro como a Giro.Tech, que oferece uma estrutura de Securitização dedicada exclusivamente à sua empresa, é a maneira mais fácil de iniciar as atividades com segurança e eficiência. Conheça nossas soluções!

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