Como o Embedded Lending pode facilitar a oferta ao crediário

Historicamente, o acesso ao crédito se consolidou como um dos elementos propulsores para o crescimento econômico, desempenhando um papel ainda mais crítico em países em desenvolvimento como o Brasil. O problema é que o caminho para obter financiamentos, muitas vezes, se encontra obstruído por procedimentos burocráticos e critérios de elegibilidade estritos, uma realidade que não somente distancia parte da população do crédito, mas também freia o desenvolvimento de negócios promissores, minando a capacidade inovadora e as oportunidades de crescimento das empresas.

Não à toa, observa-se um movimento, principalmente no varejo, de bancarização das operações comerciais, em que a prática de Embedded Finance, que pode ser traduzido como “finanças embutidas”, se destaca ao viabilizar a incorporação de serviços financeiros nas próprias plataformas dos vendedores. Este modelo engloba também a oferta de crédito por meio do Embedded Lending, que atua especificamente como um catalisador para o acesso ao crédito, oferecendo aos consumidores opções de financiamento no ponto de venda.

Este panorama abre portas para uma discussão mais aprofundada: como o Embedded Lending pode ser operacionalizado de forma eficaz, de modo a aumentar as vendas e tornar o processo de fidelização do cliente mais eficiente, além de democratizar o acesso ao crédito? É isso que responderemos neste blogpost.

Uma ferramenta a serviço das vendas e da inclusão

O crediário, como uma forma de Embedded Lending, representa uma via de acesso facilitada entre o consumo e a obtenção de crédito. No núcleo desta ferramenta, está a integração do financiamento no ponto de venda, algo que permite aos consumidores, no exato momento da compra, optar por uma solução de crédito embutida diretamente na transação. Este mecanismo funciona por meio de plataformas digitais que conectam os varejistas a instituições financeiras ou empresas de tecnologia financeira (fintechs), que disponibilizam o crédito.

Dessa forma, o processo de aprovação é simplificado, e a experiência do usuário é otimizada, removendo as barreiras que normalmente prolongam as compras a crédito. Para o negócio, as vantagens são claras: aumenta-se o poder de compra do consumidor instantaneamente, o que pode levar a um incremento direto nas vendas e ao fortalecimento da fidelidade do cliente, que encontra facilidade e confiança na hora de comprar.

Mas além de impulsionar as vendas, vale ressaltar que o Embedded Lending possui um forte componente social ao democratizar o acesso ao crédito. Tradicionalmente, uma parcela considerável da população, especialmente em mercados emergentes como o Brasil, encontra-se marginalizada pelo sistema de crédito formal devido à falta de histórico de crédito ou à documentação necessária exigida por instituições bancárias. 

O conceito, ao ser implementado por varejistas, pode aplicar critérios alternativos para avaliação de crédito, baseando-se em dados de comportamento de compra ou outras métricas que permitam uma análise de risco mais holística. Desta forma, consumidores que antes estavam à margem agora têm a chance de acessar financiamentos que viabilizam suas compras, expandindo o mercado consumidor e contribuindo para a redução das desigualdades no acesso a serviços financeiros.

Embedded Lending: o símbolo de um futuro que já começou

Se ainda existe alguma dúvida sobre a revolução financeira no comércio, o Embedded Lending surge para dissipá-la, afirmando-se como um pilar para o Retail Banking do futuro. Essa fusão de varejo e serviços financeiros ilustra o potencial inexplorado do setor bancário, onde a agilidade do crédito no ponto de venda se torna uma ferramenta de transformação. Ao incorporar soluções de financiamento aos seus serviços, os varejistas estão redefinindo o papel do banco tradicional, aproximando-se da personalização e da conveniência que só a tecnologia digital proporciona.

Esse avanço não se limita apenas a uma conveniência ou estratégia de aumento de vendas; ele sinaliza uma mudança fundamental na infraestrutura do comércio e nas expectativas dos consumidores. Os limites entre varejistas e instituições financeiras estão se tornando cada vez mais difusos, prenunciando um cenário em que, no futuro, toda empresa será uma fintech e as melhores empresas também serão provedores de crédito para seu ecossistema.

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