Risco Sacado bancário, baixa performance e exclusão das pequenas empresas

A dinâmica de pagamentos entre grandes empresas e pequenos fornecedores e a tentativa de resolver com o risco sacado bancário que geralmente esbarra em sua falta de abrangência e falta de eficiência.

Explicamos como funciona a dinâmica do risco sacado e quais as suas deficiências, principalmente em cadeias de suprimento de cauda longa.

Ronaldo Oliveira

28/06/2019

Risco sacado bancário e a dinâmica de pagamentos entre grandes corporações e pequenas empresas

No mercado é comum que as grandes corporações utilizem seu poder de negociação para aumentar o seu prazo de pagamento a seus fornecedores, principalmente quando eles são pequenas e médias empresas. Esse alongamento de prazo aumenta muito a eficiência da empresa, mas por outro lado pode ferir seus fornecedores que não possuem ainda uma boa reputação de crédito no mercado e acabam pagando muito caro para obter capital de giro.

Muitos desses fornecedores são peças chave para a operação da grande empresa, e prover uma relação financeira saudável se torna essencial para que ele consiga se desenvolver, acompanhar o crescimento e manter o seu fornecimento com qualidade. Essa situação coloca a grande compradora em conflito entre manter seu longo prazo para pagamento e prezar pela saúde financeira do seu fornecedor, visando uma relação de longo prazo com ele.

Programas de financiamento a fornecedores

Para resolver esse impasse, muitas empresas buscam programas para financiar o seu fornecedor junto aos bancos, utilizando um produto chamado Risco Sacado Bancário. O nome já dá uma ideia de como funciona o processo, no qual a grande compradora que possui um rating de crédito muito bom “empresta” essa sua reputação para o fornecedor poder antecipar o que ele tem a receber dela com taxas muito mais baixas. Explicando em mais detalhes:

Imagine uma grande empresa varejista, hipoteticamente chamada Varejão da Construção, que possui um rating de credito AAA no mercado financeiro, ou seja, tem acesso a crédito mais barato, pois as instituições sabem que o risco de ele não pagar é baixíssimo. Essa empresa compra R$400.000,00 em móveis de uma pequena produtora de cadeiras, aqui nomeada como Cadeira Futura, especializada em um nicho com alto potencial de crescimento e que pode se tornar muito importante dentro da grande empresa. A Cadeira Futura só tem 2 anos no mercado e apesar de seu crescimento ainda tem muita dificuldade para conseguir crédito, deixando ela com um rating CCC. Supondo que o Varejão da Construção tenha um prazo para pagamento de 60 dias e a mercadoria seja entregue em 15 dias, a Cadeira Futura teria que aguardar 45 dias para receber o pagamento. Para que ela possa continuar produzindo sem ter que se endividar com as altas taxas que possui, a compradora declara que o produto foi entregue e autoriza o banco a antecipar o pagamento a esse fornecedor utilizando a sua classificação AAA, pois nesse momento o único risco de crédito existente é a do Varejão não pagar. Dessa forma o pequeno fornecedor tem acesso a uma taxa muito mais baixa para receber antecipadamente e a grande compradora não precisa reduzir seu prazo de pagamento.

Abrangência limitada

Até aqui tudo bem, certo? Quase! O problema dessa operação feita com bancos é que ele tem um custo para realizar essas transações, de forma que antecipações de menor valor não trazem um benefício suficiente para motiva-lo a fazer. Assim a pratica que geralmente é adotada em programas suportados por Risco Sacado é aceitar apenas operações a partir de um valor mínimo. Supondo que a venda da Cadeira Futura fosse de R$100 mil e não mais R$400 mil, grandes chances de ela não conseguir antecipar junto ao banco e ter que buscar fontes de crédito muito mais caras no mercado, podendo inviabilizar um novo fornecimento quando a compradora necessitar.

Nessa situação podemos fazer uma analogia com o princípio de Pareto, também conhecido como regra do 80/20, que 20% dor fornecedores representam 80% do volume do contas a pagar como mostra a imagem abaixo.

Cauda Longa d Cadeia de Fornecedores

Podemos observar que os 80% dos fornecedores, que formam a cauda longa da cadeia de fornecedores de uma grande empresa, não são atendidos pelo risco sacado bancário. Considerando que esses são os de menor porte, podemos dizer que a camada que mais necessita de acesso a antecipação a um menor custo não consegue acesso a esse benefício.

Desconto dinâmico digital

Essa situação pode ser revertida utilizando plataformas digitais que, de forma integrada ao ERP da empresa, automatizam todo o trabalho manual e remove o excesso de burocracia do processo, viabilizando a antecipação de recebíveis de toda a cadeia de fornecedores com programas de supply chain finance, independente de valores e porte das empresas fornecedoras.

Nós aqui na giro.tech buscamos continuamente criar melhores soluções para financiamento da cadeia de fornecedores, para que o benefícios atinjam todos os seus integrantes, principalmente os que mais necessitam. Nos orgulhamos do nosso modelo de desconto dinâmico digital que atende toda a cauda longa da cadeia, que nos permitiu fazer desde a nossa menor antecipação, no valor de R$0,04, até às maiores que ficam na casa do milhão.

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